quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Estranho em mim

Sou madeira ardida, queimada.
Sou a cinza esquecida, pisada.
Sou um rei sem terra, sem coroa,
sou o uivo que a noite entoa.

Sou um mar revolto, zangado.
Sou um trovão abrupto, rasgado.
Sou a chuva fria, chorosa,
sou página vazia, sem prosa.

Triste o gemido, lamento cantado,
um fado perdido, um olhar cansado.
Sou a cruz na campa que a vida plantou,
destino que a sorte à morte amarrou.

3 comentários:

INFORMANIACA disse...

Nao te esqueças de dizer que no meio disso tudo...és um poeta.

LC

Anónimo disse...

Tudo isto é triste demais para seres tu.

JPT disse...

LC: dificilmente, mas obrigado. mas estou a aprender em alguns blogues... ;-)

SS: "olhe que não, olhe que não".