sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

A velha

Lá vai a velha,
a velha que não tem onde dormir,
sozinha, não há mais com quem falar.
A velha que na pressa de partir
se esquece que não tem onde chegar.

Lá vai a velha,
vestida com retalhos dos seus passados.
Não se vê, não se ouve, é indiferente.
E quando pede sonhos emprestados
dizes que não mesmo sem a olhar de frente.

Lá vai a velha
a "idosa", a "sem-abrigo", a "pedinte"
que pinta um quadro triste nesta rua.
Não repares, esquece no dia seguinte,
que a imagem desta velha não é tua...

a imagem é daqui.

6 comentários:

Anónimo disse...

hum... dos meus preferidos até agora....? outra vez... hihihi :)

Davi Reis disse...

Quando o Trigo escreve temos normalmente facilidade em descobrir dez poemas (ou letras) favoritos em dez.

;)

Aquele abraço

JPT disse...

Ora aí estão dois dos meus maiores críticos. Não só pq são amigos, mas pq são sinceros tb. O que torna as vossas opiniões mais valorosas ainda. gente boa, no fundo - sou um privilegiado.
Muito obrigado. bjos e abraços.

Anónimo disse...

obg pela tua saudade.
o tempo tem-me traido.
vou ver se recupero esta pausa.
bj
lc

Proprietária disse...

Sim, sim, mto bonito... Mas não existiu em tempos uma Velha Caquética?? ;)
Saudades...
xxx

JPT disse...

Sim, Inês, é um facto. mas a abordagem era diferente, como te lembras. A Velja Caquética (título de uma música) deu-nos muitas alegrias e vários momentos de risadas em coro...
bjos